Melodia do Espírito: Disponibilidade e Entrega no Trabalho de Caridade

Por: Irmão Francisco* – 19/06/23

Caros irmãos e irmãs em espírito, hoje trago a vocês uma mensagem que se alinha perfeitamente ao nosso caminho espiritual de fraternidade e caridade. Uma mensagem que convida à reflexão sobre a disposição para o trabalho benevolente.

Em uma cidade distante, num tempo indefinido, existia um homem de aparência maltrapilha. Sua vestimenta não era a mais digna, mas em suas mãos repousava um tesouro incomum – um violino surrado, velho e de apenas uma corda. Muitos consideravam o instrumento inútil, desacreditando que qualquer melodia pudesse emergir daquele conjunto gasto e quase desfeito.

Certo dia, este homem se dirigiu ao centro da praça da cidade e pediu a atenção de todos. A princípio, ninguém acreditou que pudesse surgir algo de valor daquela apresentação.

O maltrapilho, com amor e respeito, limpou seu violino com o cachecol que usava. Afinou a única corda que restava e então, fechando os olhos, entregou-se por completo ao momento. Um suspiro profundo ecoou pela praça e, num instante, a mais bela melodia ressoou daquele instrumento, desacreditado por muitos.

Aqueles que antes se anteciparam em seus julgamentos foram, então, tocados pela melodia surpreendentemente bela. O homem maltrapilho e seu violino de uma corda só, se mostraram a todos, em um exemplo de entrega e disponibilidade, a quão bela e profunda pode ser a música quando tocada com a alma.

Façamos um paralelo com nossa disposição em se entregar a serviço do bem, à caridade. Tal qual o homem e seu violino, muitas vezes somos julgados por nossa aparência exterior ou pelas circunstâncias em que nos encontramos. Entretanto, quando nos entregamos de coração aberto, afinando nossa única corda – a alma – e nos disponibilizando para o trabalho fraterno, somos capazes de produzir a mais bela das melodias: a do amor e da compaixão.

Lembremo-nos de que a santificação vem pela disponibilidade, pela entrega completa a essa grande orquestra do universo, onde cada um de nós é um instrumento indispensável. E mesmo na última hora, até as pedras clamam, pois a beleza do espírito se revela quando nos dispomos a servir, a amar e a compreender.

Portanto, estejamos dispostos a entregar nossa alma ao trabalho do bem, a afinar nossa única corda com amor, fé e caridade. A música resultante dessa entrega irá, sem dúvida, tocar e transformar corações.

*O Irmão Francisco, uma entidade que atua como Trabalhador Espiritual, assiste ao GEAE no aconselhamento e tratamento físico e espiritual. Suas mensagens e orientações oferecem uma visão prática e aplicada dos princípios espíritas, enfatizando a importância da ponderação, da temperança e do autoconhecimento no processo de cura e desenvolvimento espiritual.