“EM 2017, SEJAMOS A LUZ QUE PROCURAMOS NO MUNDO”, PROPÕE PRESIDENTE DO GEAE
Dirigente celebra resultado positivo de 2016 e antecipa as prioridades do ano que se inicia
Um ano de muito trabalho consolidou a atuação do Grupo Espírita Abrigo da Esperança (GEAE) na assistência social e semeou projetos que entraram para as prioridades da Casa. Com uma equipe ainda mais azeitada e a expectativa de adquirir o terreno onde está instalado, os dirigentes do GEAE trabalham no planejamento estratégico de 2017, com vistas a fortalecer os programas sociais da Casa e avançar nas ações educacionais. Nesta entrevista ao Boletim Informativo, Flavia de Paiva Barbosa avalia o ano de 2016 e aponta os rumos de 2017. Presidente da instituição, ela celebra avanços e reafirma o compromisso com a valorização e qualificação do trabalhador espírita. Leia os principais trechos da conversa:
2016 foi um ano de muita atividade no GEAE. Quais as realizações mais importantes desse ano em suas diversas áreas?
Flavia de Paiva Barbosa – Em 2016 conseguimos intensificar, mesmo diante de muitas dificuldades, o espírito de união da nossa Casa. O trabalho em conjunto e a perseverança se fizeram presentes e possibilitaram a realização de diversos eventos ora sediados, ora apoiados pelo GEAE. Pela primeira vez sediamos e coordenamos, em parceria com o Grupo Espírita Casa do Caminho (GECAM), a COJEDF Regional do Guará. O encontro da juventude espírita encerrou a XII Semana Espírita do Guará e foi realizado e coordenado pela nossa Evangelização, mobilizou muitos trabalhadores e envolveu outros departamentos, como o DAE, o DEA e o DCOM. Na Semana Espírita tivemos também o Seminário “Jesus: Caminho, Verdade e Vida”, realizado pelo DCOM, com o apoio do Centro Espírita André Luiz (CEAL). Recebemos o Movimento Espírita em Ação – FEDF, em um encontro aberto, para um bate-papo sobre o trabalho na casa espírita e a Assistência e Promoção Social Espírita. Tivemos duas edições do Bazar Chique, organizado pelo DAPS, que já está se tornando tradição; e o Arraiá do Geae – eventos que exigiram muito trabalho e dedicação e são fundamentais na manutenção da saúde financeira da Casa. Promovido pelo DAE, tivemos um Sarau Espírita, que contou com a presença dos nossos evangelizandos e convidados, em uma noite de muita música, contos e poesias.
Além dos eventos, o quê mais gostaria de destacar?
F.P.B. – Concluímos o primeiro ano de muito sucesso do Clube do Livro e do Projeto Aprender, transformando significativamente a vida de todos os envolvidos nesses trabalhos; e demos por encerrada a primeira fase do Projeto Águas Lindas, que nos trouxe muito aprendizado. O atendimento às famílias assistidas, a Evangelização de crianças e jovens, os grupos de apoio e o atendimento espiritual movimentaram a nossa Casa acolhendo e amparando a todos que aqui chegaram. No ano em que celebramos o seu Jubileu de Prata, o GEAE teve muito o que comemorar. Foram muitas realizações e todas de grande importância. 2016 deixará boas lembranças!
Quais projetos tiveram crescimento, consolidação?
F.P.B. – O Clube do Livro do GEAE teve início e alcançou a sua consolidação no ano de 2016. Os encontros fraternos, realizados mensalmente, abriram espaço para a troca de conhecimento e opiniões, livres de julgamento. Da mesma forma os grupos de apoio se mostraram ferramentas valiosas para aqueles que estão no caminho do autoconhecimento e da reforma íntima. O Projeto Aprender encerra 2016 com muitos planos para o próximo ano. Já recebemos a visita do Conselho da Criança e do Adolescente – CDCA, e esperamos ampliar o atendimento em 2017. Estamos nos preparando para esse crescimento. Já o Projeto Águas Lindas terá em 2017 o seu momento de consolidação. Encerrada a primeira fase, iniciamos a reestruturação do projeto com o intuito de concentrarmos esforços na promoção social espírita. Para 2017, esperamos muitas mudanças e muito trabalho.
Administrar uma casa espírita impõe desafios. Quais os desafios mais importantes de 2016 – financeiro, organizacional?
F.P.B. – Realmente, administrar uma casa espírita nos coloca diante de inúmeros desafios. Já avançamos muito nos últimos anos, e isso é inegável, mas ainda temos bastante a aprimorar. O GEAE está crescendo e todo crescimento é exigente. Exige dedicação, persistência, paciência, organização e participação. Sabemos que alguns processos precisam ser aprimorados. E a nossa base de identificação dos pontos que precisamos melhorar é a opinião de todos aqueles que constituem a nossa Casa: trabalhadores, voluntários, assistidos e frequentadores. Por isso, a importância das pesquisas de satisfação. São elas que permitem que a Diretoria Administrativa saiba o que está bom no GEAE e o que precisa mudar. Em 2016 não tivemos problemas de ordem financeira. Os maiores desafios ainda estão, em sua maioria, centrados nas relações interpessoais e na motivação. O que é absolutamente normal em qualquer ambiente onde se exercite constantemente o perdão, a tolerância, a paciência, o respeito, a humildade e a fraternidade.
Quais os planos para 2017, algum projeto novo será desencadeado?
F.P.B. – São muitos os planos para 2017. Dentre eles temos a ampliação do atendimento do Projeto Aprender; a implantação da segunda etapa do Projeto Águas Lindas – voltada à promoção social espírita e em parceria com a FEDF; a ampliação da biblioteca e criação de um espaço de convivência para leitura; a implantação de políticas para a formação e acompanhamento de voluntários; e a melhoria dos itens apontados como insatisfatórios na pesquisa realizada em 2016. Os planos de trabalho dos departamentos para o biênio 2017/18 estão em fase de conclusão, o que deve acontecer até o final de janeiro. A possibilidade de aquisição do terreno do GEAE, cada vez mais próxima, também faz com que sejamos mais cautelosos na criação de novos trabalhos, principalmente pela necessidade de poupar recursos financeiros. Neste ano, os primeiros terrenos de templos religiosos foram regularizados e já tiveram suas escrituras assinadas. O GEAE recebeu, no segundo semestre, a primeira visita da Terracap, que despertou a expectativa de aquisição do terreno ainda no ano de 2017. Uma vez concretizada, a aquisição permitirá modificações estruturais para um melhor aproveitamento do espaço físico e a distribuição dos recursos disponíveis para novos projetos.
Que setores serão fortalecidos no GEAE, pode adiantar?
F.P.B. – Neste novo ano que inicia, daremos maior atenção aos estudos doutrinário; à formação de trabalhadores e voluntários espíritas; e aos projetos de assistência e promoção social.
Nesse cenário de crise que o país atravessa, em que as pessoas vivem a insegurança gerada pelo desemprego e outros fatores, qual o papel da casa espírita e como o GEAE tem atuado para amparar seus frequentadores?
F.P.B. – Todos esses momentos de dificuldade que estamos enfrentando, enquanto sociedade, devem ser vistos como instrumento de exercício dos ensinamentos do Cristo. É diante da insegurança desses dias que exercitamos a resiliência e a fé na providência divina. Sim, sabemos que não é fácil. Mas sabemos também que somos os únicos responsáveis por tudo aquilo que nos acontece. E que o mundo ao nosso redor é um reflexo daquilo que trazemos em nosso interior. Se desejamos um mundo de felicidade, devemos iniciar a construção deste mundo dentro de nós. Precisamos realizar a nossa faxina interior. Temos visto muito se falar sobre o aumento da violência. E muitas vezes percebemos que pessoas tão boas, uma vez vítimas, se tornam rapidamente algozes. Precisamos quebrar os ciclos. Precisamos nos lembrar mais de Jesus e de seus ensinamentos. Precisamos orar mais. Vigiar mais os nossos pensamentos. Assim perdoaremos mais e teremos os corações mais serenos. Passaremos a ver as dificuldades como os degraus necessários na escalada evolutiva. Todo acontecimento, por mais duro que seja, traz consigo um ensinamento. O GEAE, como toda casa espírita, tem o papel de acolher e orientar, com base nos princípios da doutrina libertadora. Tem o papel de servir a todos aqueles que chegam, mostrando que é possível sim transformar o mundo a partir da nossa mudança interior, da nossa reforma moral. E nos oferece por meio das diversas atividades ferramentas para essa transformação. Seu acolhimento amoroso é instrumento fundamental para o amparo daquele que chega à Casa e é o primeiro passo para que o frequentador seja tocado e aceite o convite ao autoconhecimento.
Que mensagem gostaria de deixar para os trabalhadores e frequentadores da Casa?
F.P.B. – Que neste novo ano, encontremos em nós aquilo que precisamos para deixar brilhar a centelha divina. Sejamos a luz que procuramos no mundo.